terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sem surra!


Eu sempre disse para minha mãe que gostaria de ter nascido nos anos 70. Acho que as minhas preces começam a ser ouvidas, não da maneira como eu esperava, é claro. Estão querendo calar a coerência, e acabar com a liberdade de expressão.
O “seu Silva” tentou fazer isso isoladamente com o humor, mas ficou parecendo preconceito. A lei eleitoral que censurava os órgãos de imprensa a não fazer humor com a política não vingou, foi suspensa por 6 votos a 3, o que leva a crer que 3 cidadãos estão de acordo com a censura. Interessante!
Então porque não fazer com a mídia toda? Como o “dono do Brasil” tem muitos fiéis, pensou que logo os mesmos seguiriam o mestre. E foi dito e feito; o Ceará criou um conselho para ajudar a mídia. Tão bom samaritano, sempre querendo ajudar.
E a moda está pegando. O governo de Alagoas está estudando a criação de um conselho deliberativo para monitoramento da programação da mídia. Monitoramento! Isso me trás recordações de um tempo do qual não vivi nem participei, mas estudei muito sobre: Ditadura. AI5. Um tempo onde tudo que saísse na mídia teria que passar primeiro pelas mãos de um grupo de MOÇOS, para ver se a publicação não feriria a “nação”.
O presidente do conselho a ser criado no Alagoas, Marcos Guimarães, disse: “Não podemos cruzar os braços. Nem tudo que vai ao ar é agradável à sociedade...”. Ô marquinho, será mesmo que é com a sociedade que o senhor está preocupado?
Na CONFECOM (Conferencia Nacional de Comunicação) ficou estabelecida a necessidade de diploma para ser jornalista. Então, para fazer parte do suposto “conselho regulador” do Alagoas, me pergunto quais seriam os diplomas necessários? Será que o senhor Marcos Guimarães possui algum?
Bahia e Piauí estudam projetos semelhantes. Em todos os estados citados, coincidentemente as pessoas que lideram tais projetos estão ligadas ao “partido da estrelinha”. Será que estão com medo de apanhar da mídia? Calar a mídia já não deu certo uma vez, mas o dono do Brasil está tentando bater nessa tecla mais uma vez. Ele, que em outros tempos lutou contra esse tipo de atitude, hoje parece estar com medo de perder o poder.
Censurem, e terão o troco. Espero que a MPB ainda tenha cartas na manga. Porque não creio que o Restart ou o Cine as tenha.
Se os governantes estão à procura de briga com a mídia, logo irão conseguir. Mas espero sinceramente que estes sejam atos isolados, que não serão levados adiante. Preocupem-se em governar de maneira correta, e não terão que temer a mídia. Pois ninguém quer o retrocesso, os conflitos por interesses mesquinhos. Sem surra, por favor.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E o palhaço quem é?


Ontem, 3 de outubro, tivemos a “festa da democracia”. E como toda boa festa não poderia faltar os palhaços. Salvo o cargo de Presidente da República, as eleições foram definidas, assim armando o circo eleitoral.
Francisco Everardo O. Silva foi eleito ao cargo de Deputado Federal, com expressivos 1,350 milhão de votos. Agora vem a pergunta: Quem é o “Chico”? Será mais um Silva em ascensão? A resposta é NÃO! É o “humorista”; se assim pode ser chamado sem ofender a classe; mais conhecido como Tiririca.
Com o slogan: “você sabe o que faz um deputado? nem eu!”, ele foi às ruas vestido de palhaço fazer o povo se unir a ele.
“Voto de protesto”, dizem uns, “to cansado dessa roubalheira”, outros. A questão é: Será que colocando o “Chico” no poder vai melhorar. Segundo ele, “pior que está não fica”.
Se vamos protestar, que levantemos bandeiras contra a falta de investimentos na educação, contra o abandono da saúde pública. Protestar colocando uma pessoa sem capacidade alguma, para propor projetos de melhoria, sem o mínimo discernimento de como se portar no congresso, é um retrocesso, uma inconsciência política.
Tiririca está a caminho do circo eleitoral, mas os palhaços dessa vez ficarão na platéia, assistindo de camarote a resposta ao protesto de alguns. Assim como hoje, outros “tiriricas” virão, e se continuarmos com esse mesmo pensamento em relação a protestos, estaremos colocando no poder cada vez mais palhaços, que estarão rindo do quão idiota fomos ao colocá-los lá. A história se invertendo. A platéia alegrando os palhaços. Daí fica a pergunta: E o palhaço quem é?